Para que você leitor possa enterder.

"Prosarei para tornar-te poético.."

quinta-feira, 14 de abril de 2011

São só meias palavras.

Quando escrevi esta carta minhas mãos estavam trêmulas, mas agora não mais.
Tenho andado caminhando por muitas avenidas, elas me sorriram  e me abraçaram, uma vez, e nunca mais. Agora estão esquivas e de longe me encaram como se não estivesse ali e eu me calo.
A cada manhã espero, impaciente, seu retorno e sinto vê-lo chegando calidamente.
Porque elas ainda estão trêmulas?
Ah! Essa pergunta se repete todos os dias quando abrindo os olhos, estes se elevam secos como as fossas oceânicas, ou quando meus braços buscam os contornos de um vulto que não deixou marcas.
Eu já perdi os meus valores e as cores da vida parecem as nebulosas em minha mesinha de cabeceira. Aquele livro já foi levado deixando apenas o verniz enegrecido.
Já tentei soletrar meu amor, mas nada de temperança recaiu sobre meu rosto. Agora eu corpo emaranhado, de palavras que não são minhas, delas me  faço, aço.
Acho que não existem mais lugares, talvez eles estejam guardados em gavetas fofas e fundas.
Preciso só de meias palavras. Tuas!
Só pra lembrar desse amor e nunca mais.

De quem ainda está aqui,

Due.

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