Para que você leitor possa enterder.

"Prosarei para tornar-te poético.."

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Enfim

Para mim, meu amor, é momento de dissipar.
O silêncio e a rotina.
Ver-te do relevante ao mais banal me deixa tão promíscuo que já deixou de ser catártico. Isso me incomoda e me afasta.
Andando pelas ruas do meu exílio procuro-te nos rostos alheios. Não sou imune ao desejo, por isso peco. E é devido aos meus atos de insucesso que não consigo voltar ao Olimpo de nossa vida juntos (momentos de deuses que éramos já dissipados).
Diferente de Ícarus, almejo a lua que me olha pela janela e se esconde nessas sombras gasosas. Será você?
Basta! Chega de auto-punição.
É hora de dançar algo diferente da valsa que planejara.
Estrelas são raras por aqui... que tal refazer a aurora?


Somente seu,

Elmin.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Ao meu amor.

Sabe que sou orfã de pai, quanto a mãe só posso guardá-la no peito.
Ontem andei na chuva fina, gostosamente aproveitei estar nua por debaixo da roupa e a chuva continuava a cair.
Me sinto solitária e orfã, uma vez a cada ano, pelo menos.
Ante ontem olhei para o céu da varanda de minha casa. 
Gostaria de ver a vida como esse grande tecido com estrelas, podendo determinar, como na fruta mofada, a constelação primeira e daí traçar os meus passos:
Passos de garota... passos de menina... passos de bicho, de riso e de morte... e os passos de mulher... que  parecem tímidos, apenas pingadas do tubo de gliter.
Gostaria de refazer uma constelação.
E você meu amor?

De sua,

Due.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Para: P.

Nunca gostei de partidas, afinal despedidas não me agradam, mas sei que pretendes fazer uma longa viagem e sei que, meu companheiro e amigo, talvez, emudeças...
Não quero imaginar que nunca mais nos encontraremos, prefiro achar que nossas almas podem flutuar enquanto estamos aqui e, de mão dadas, tocarem esses corpos em que habitamos.
O cheiro dessa noite clara sorri, estou olhando para a lua e não a estou estou enxergando, nem mesmo o céu de verdade. Porque me enganar, não?
Só consigo lembrar quando sorrindo tinha mil luas na cabeça e teus olhos eram constelações, queríamos ser os primeiros, mas nunca seremos nem mesmo os últimos a fechar nossos olhos e segurarmos nossas mãos como se nunca mais fôssemos nos separar.
Sento-me num banco, essa noite, e olho as luzes da rua, são multicoloridas e só me lembram crianças sorrindo, acho que deveria sorrir também, não?
Mas, infelizmente, meus lábios estão trêmulos e meus olhos rasos...
Então, só queria te dizer mais uma coisa: Sinto sua falta.

Sentada aqui,

Due.